quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

BRASIL: O PAÍS DA MISCIGENAÇÃO?


A educação no país não é de hoje que vem chamando atenção de forma negativa, falha no ensino público gera reflexos imediatos na população e traz consigo a duvida que é decorrente de situações constantes, o racismo existe em um país que se diz miscigenado e cheio de diferentes culturas?
Um estudo divulgado em abril de 2011, feito pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) que tem ligação com o instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE-UFRJ) mostrou que a taxa de analfabetização da população negra no Brasil é maior que a dos brancos e que os jovens afros descendente são mais expostos ao abandono escolar. Esse relatório também divulgou que 45,4% das crianças negras entre 6 e 10 anos, não estudavam em série adequada e conforme a idade aumenta, cresce as estatísticas, com crianças entre 11 e 14 anos o número chega a 55,3%.
Em entrevista concedida pela coordenadora do Núcleo de Estudos Negros (NEN), Joana Célia dos Passos, ela diz que “é fato que existe desigualdades raciais no Brasil, e essa desigualdade tem impedido muitos cidadãos negros a terem acesso aos direitos fundamentais, como trabalho, moradia, saúde e educação.”
A cor negra é vista como sinal de inferioridade para alguns. E ainda, que muitos não aceitem ou digam que não são racistas, eles acabam participando de grupos e formam alianças com pessoas que pensam da mesma forma que elas.
No artigo I da Declaração dos Direitos Humanos diz que todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. Mas não é bem isso que observamos no Brasil, muitos são os casos de racismo, e essa violação dos Direitos Humanos chega a todos os patamares da sociedade. Um caso que surgiu em junho, mas que não recebeu a devida importância foi o do jogador Roberto Carlos, atual capitão do time russo Krylia Sovetov. Durante uma partida de futebol, um torcedor jogou uma banana para o jogador, que saiu do campo em protesto ao ato racista. E esta não foi a primeira vez que ele foi vitima de racismo na Rússia, em março outro torcedor lhe mostrou uma banana. Os dirigentes do clube, disseram que vão fazer o máximo para identificar o torcedor.
Para o advogado Valmir Alcântara, formado pela Universidade de Osasco, “ a falta de punição nestes casos, é o que leva as pessoas a continuarem tendo esse tipo de atitude.” Ele diz que “poucos são os casos onde ocorre punição dos agressores. Atitudes mais enérgicas deveriam ser tomadas para que não acontecesse mais casos de racismo.
Mas em alguns países os Direitos são garantidos. Recentemente circulou na internet um vídeo, onde uma mulher aparece ofendendo passageiros dentro de um trem. No vídeo ela aparece com uma criança no colo, enquanto grita  ofensas para pessoas que supostamente não são britânicas.
Uma das passageiras que foi agredida, gravou a confusão com um celular e publicou as imagens, que foram utilizadas pela Policia Britânica para prender a mulher.
No Brasil, a Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE), lançou o Programa de Formação Pedagógica de Combate ao Racismo, que será executado pelo governo de São Paulo e tem o propósito de ressaltar a cultura africana, minimizar a violência histórica contra a população negra, implantar nas escolas públicas municipais cursos pré vestibulares para negros.
Esta é uma medida pequena diante da gravidade do problema, Joana Célia diz que “a maioria da população é racista e não percebe ou não assume. Infelizmente essa é uma questão cultural, e por isso o racismo passa despercebido. Quantas pessoas não utilizam a seguinte frase: Façam um serviço de branco. Essa é uma frase racista, mas que as pessoas não consideram. Elas acham que para ser racista, é preciso xingar alguém de negro.”
Qualquer tipo de ação, abre o debate para implementação de novas idéias,mas é fato a necessidade de mais ações em várias áreas e principalmente na  educação, que muito deixa a desejar no Brasil e que deveria ser o principal instrumento utilizado na luta contra o racismo.
Por: Thais Ramos


A equipe Cidadão de Direitos – TV, preparou um especial sobre Racismo.

Abaixo, você poderá conferir um trecho da entrevista com Douglas Belchior – professor e coordenador do UNEAFRO (União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora.
Ele conta um pouco sobre como se tornou militante, fala sobre o racismo no Brasil e conta o que aconteceu no dia 14 de maio de 1888.

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